ALISMATACEAE

Sagittaria rhombifolia Cham.

LC

EOO:

4.720.755,797 Km2

AOO:

272,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre da América Central até a América do Sul, do sul da Costa Rica até Argentina (Matias; Irgang, 2006; Koehler; Bove, 2004); no Brasil possui ampla distribuição ocorrendo do norte da Amazônia até o sul do país (Pansarin; Amaral, 2005); nos Estados de Roraima, Pará, Tocantins, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Matias et al., 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>S. rhombifolia </i>apresenta ampla distribuição, com subpopulações conhecidas em diferentes biomas e dentro de unidades de conservação (SNUC). A espécie possui vários usos, que até o momento não apresentam-se como ameaças suficientes para enquadrar a espécie em uma categoria de risco de extinção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Linnaea 10: 219. 1835. Espécie facilmente reconhecida pela presença de folhas geralmente rombiformes (Pansarin; Amaral, 2005). Nomes populares: "golfo", "golfe" (Matias; Irgang, 2006), "chapéu-de-couro" (Thomaz et al., 2003) e "lagartixa" (Koehler; Bove, 2004).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Espéicie utilizada com finalidade medicinal, ornamental, forrageira e apícola (Thomaz et al., 2003).

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em vegetação aquática (Gontijo, 2009); habita lagos rasos e águas calmas, em zona de transição entre o semiárido e regiões de savanas, também encontrada em terras baixas perto de montanhas (Matias; Irgang, 2006); também em porções rasas de lagoas (Pansarin; Amaral, 2005); cresce em águas paradas ou correntes, de 50-100 cm de profundidade (Koehler; Bove, 2004).
Habitats: 1 Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 3 Shrubland, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 4 Grassland, 4.6 Subtropical/Tropical Seasonally Wet/Flooded Lowland, 5 Wetlands (inland), 5.6 Seasonal/Intermittent Freshwater Lakes [over 8 ha], 5.7 Permanent Freshwater Marshes/Pools [under 8 ha], 5.8 Seasonal/Intermittent Freshwater Marshes/Pools [under 8 ha], 5.14 Permanent Saline, Brackish or Alkaline Lakes, 5.15 Seasonal/Intermittent Saline, Brackish or Alkaline Lakes and Flats, 5.16 Permanent Saline, Brackish or Alkaline Marshes/Pools, 5.17 Seasonal/Intermittent Saline, Brackish or Alkaline Marshes/Pools, 13 Marine Coastal/Supratidal, 13.5 Coastal Freshwater Lakes, 5.5 Permanent Freshwater Lakes [over 8 ha], 5.4 Bogs, Marshes, Swamps, Fens, Peatlands
Detalhes: Caracteriza-se por ervas, perenes, emersas, glabras a glabrescente, podendo atingir de 40-62 cm de comprimento (Matias; Irgang, 2006); coletada com flores de dezembro a janeiro (Pansarin; Amaral, 2005); seus frutos são comidos por aves aquáticas e peixes (Thomaz et al., 2003).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O modelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumento significativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno de natureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala de funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado às políticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longo das estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agricultura mecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento das atividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legal brasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no período de 2002 e 2003, foi de 23.750 km², a segunda maior taxa já registrada nessa região, superada somente pela marca histórica de 29.059 km² desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada "Rara" pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).
Ação Situação
4.4 Protected areas
Espécie ocorre em unidade de conservação (SNUC): Parque Estadual do Rio Doce, no estado de Minas Gerais (CNCFlora, 2011) e Área de Proteção Ambiental Dunas e Veredas de São Francisco, na Bahia (Matias; Irgang, 2006).

Ações de conservação (4):

Uso Proveniência Recurso
Melífero
Espécie utilizada com finalidade apícola (Thomaz et al., 2003).
Uso Proveniência Recurso
Ornamental
Utilizada para fins ornamentais (Thomaz et al., 2003).
Uso Proveniência Recurso
Bioativo
Suas folhas são utilizadas no tratamento de hérnia de umbigo (emplasto, pó, banho e cataplasma), inflamação de testículos (banho), picada de cobra (pasta de folha fresca), e também em atividades contra tumores (Thomaz et al., 2003).
Uso Proveniência Recurso
Forrageiro
Espécie utilizada como forrageira para capivara, cavalo e gado (Thomaz et al., 2003).